Esse texto é dedicado especialmente para meus colegas de faculdade que estão nos últimos anos da graduação.

Ao longo dos anos cursando Eng. de Controle e Automação na UFLA, aprendi que uma característica importante que engenheiros comumente desenvolvem é capacidade analítica, que é basicamente a habilidade de concatenar diferentes cenários e ferramentas para resolver os problemas.

Essa característica é tão essencial que pode ser aplicada em inúmeras áreas de trabalho, tornando qualquer engenheiro, independente de sua especialidade, um profissional flexível, com várias possibilidades de atuação.

“Engenharia é a profissão em que se adquire e se aplicam os conhecimentos matemáticos e técnicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de utilidades que realizem uma função ou objetivo”.

Para descobrir novas possibilidades na engenharia, é necessário se libertar do pensamento de que um engenheiro deve se limitar na sua área de especialidade. Passar o último ano da graduação cursando algumas matérias específicas não significa que você deverá trabalhar apenas em funções em que elas são usadas diretamente, aliás, isso é muito raro atualmente.

Meu intuito aqui é apresentar uma área que antes era pouco comum para engenheiros, o marketing digital, e mostrar porque nossa capacidade de lidar com números pode ser muito bem empregada nessa área.

No marketing digital, a primeira coisa a se levar em consideração é a grande quantidade de dados e informações disponíveis que o profissional terá que lidar diariamente. Diferente do marketing tradicional, o digital é totalmente mensurável e apresenta uma infinidade de dados e métricas, que podem (e devem) ser analisados antes de se tomar alguma decisão.

Lidar com essas variáveis requer uma alta capacidade analítica, são muitos gráficos, planilhas, scripts, códigos de websites, métricas e conjuntos de dados a serem analisados, dependendo sempre do comportamento dos usuários em cada uma das mídias digitais das quais os dados se referem. Tudo isso torna o marketing digital um ambiente ideal para engenheiros, estatísticos e programadores.

Exemplo Prático

Imagine que você foi designado para lançar uma campanha de links patrocinados para o Uber na América Latina, com o objetivo de atrair motoristas parceiros para o aplicativo.

Como forma de fazer uma análise preliminar, você poderia usar uma ferramenta muito simples para gerar insights, chamada google trends, esse site fornece o históricos dos termos de busca mais acessados pelos usuários do Google no mundo. Veja um exemplo:

Comparativo entre o volume de buscas dos termos “taxi” vs “uber” no Brasil nos últimos 5 anos.

 Comparativo entre o volume de buscas dos termos “taxi” vs “uber” na Argentina nos últimos 5 anos

Em qual dos dois países você focaria o investimento da sua campanha de anúncios? Nesse caso é nítido que a maior demanda pelo serviço (com consequente oportunidade de crescimento) está no Brasil, certo?

E se você quisesse ser mais assertivo, segmentando por região?

Regiões em que o termo “uber” obteve maior índice de buscas

Os principais canais para veiculação de anúncios na internet permitem que você atinja somente pessoas que se encontram nas regiões que você tem interesse.

Além disso, existem segmentações por idade, gênero, interesses, comportamento, horário do dia, dispositivo do usuário, navegador e muito, repito, muito mais. Já pensou na quantidade de estratégias que é possível desenhar e na especifidade do público que você consegue atingir? Fica claro que raciocínio analítico apurado é fundamental.

“-E como uma campanha de anúncios dessa seria exibida?”

Vamos considerar uma pesquisa no Google comum, suponha que você tenha comprado o termo de pesquisa “dirigir uber” , caso o lance que você ofereceu por esse termo de busca for maior que o dos concorrentes que também estão tentando comprá-lo, você aparecerá na primeira posição. Esse é o caso mais comum de links patrocinados na internet.

Anúncio patrocinado da Uber sendo exibido na primeira posição

Lembre-se que a rede de pesquisa do Google é o canal mais comum, mas existem uma grande variedade de mídias digitais em que é possível veicular anúncios (facebook, youtube, bing, afiliados, comparadores, remarketing, etc).

Você já definiu sua estratégias, segmentou seu público, encontrou os canais adequados, programou suas campanhas, e agora?

Agora que o trabalho começa! Quando as campanhas já estão ativas na internet, é atribuição do profissional de marketing digital analisar as métricas necessárias para melhorar a performance das estratégias adotadas. A partir daí, uma infinidade de métricas podem ser analisadas. Impressões, cliques, investimento, receita, conversões, ROI, CTR, CPV, CPL, etc, etc, etc.

Quanto maior sua capacidade analítica, maior serão suas chances de aumentar a performance das campanhas, pois suas estratégias serão definidas a partir dos insights que você conseguiu extrair dos dados disponíveis.

Escrevi esse texto com a intenção de fazer uma breve introdução na área em que eu atuo na Raccoon, o que eu disse aqui não é nem 1% do que acontece no mundo do marketing digital, existe muito o que ser explorado e eu garanto que quem está nessa área nunca deixará de aprender.

P.s: O exemplo acabou ficando superficial, mas a intenção foi apresentar uma situação prática de análise da maneira mais simples e intuitiva possível. Entenda esse texto como uma breve introdução, as estratégias digitais são muito mais complexas do que o apresentado aqui.

Se você se interessou pela área, as inscrições para estágio na Raccoon estão abertas e você pode se candidatar nesse link. Os pré requisitos são disponibilidade de residir em São Carlos e estar fazendo algum curso de exatas.

Para finalizar, deixo aqui essa matéria do portal Terra, que fala sobre engenheiros no marketing digital.

Abraços e até a próxima!

Escrito por:

Gabriel Macedo Ribeiro

Especialista de Conteúdo na Raccoon, tetracampeã do prêmio de Melhor Agência de Marketing de Performance do Brasil pela ABComm (2015, 2016, 2017 e 2018) e melhor da América Latina no Google Premier Partner Awards.

Comentários

  • Bruno Fialho

    29 de janeiro de 2018 | 20:16

    Que show! Sou engenheiro e acabei de fazer o curso de Marketing Digital da Udacity, e obviamente gostei muito de Analytics, mas estou meio perdido em como me encaixar em uma agência. Com certeza vou me inspirar nesse artigo e continuar a minha busca por emprego. Abraço

  • Tiago Campos

    25 de janeiro de 2018 | 17:18

    Muito legal, Lucas! Estou pensando seriamente buscar o mesmo caminho, preciso sair da minha zona de conforto que é esperar algo na minha área de engenharia. Levarei seu artigo comigo e pesquisarei mais sobre, pois é disso que preciso. Muito obrigado pela sua visão. Clareou muito minha visão.